Infertilidade

Ter filhos parece ser natural a todos. A maioria das pessoas imagina que quando decidir que quer ter um filho irá ter. Quase nunca ou nunca se cogita a ideia de que isso possa não acontecer. Estamos preparados de certa forma para escolher não ter filhos, mas não os ter nos traz muitas angustias e frustrações pelas quais não estamos preparados.

Não conseguir procriar representa não estar de acordo com a maioria das pessoas, uma vez que elas puderam e “eu” não. Engravidar ou não, está intimamente ligado a conceitos de feminilidade e masculinidade, simbolizando o ciclo da vida, a entrada da vida adulta e todas as responsabilidades que isso acarreta.

A infertilidade mobiliza de tal maneira que, o assunto para muitos e principalmente para as mulheres parece dominar suas vidas e mente. É como se suas vidas se resumissem a esta vontade, como uma obsessão, e por onde vão é isso que vêm. Na revista a propaganda de pomada, papinha de bebê, no comercial a família feliz etc.. A maternidade é vista por grande parte das mulheres como um papel a ser desempenhado em determinado momento da vida.

As técnicas de reprodução assistida podem levar a gratificação como à frustração, pois os resultados limitados e a exposição emocional e física vividas pelos pacientes são geradores de sentimentos que percorrem este caminho. A infertilidade representa para muitas pessoas a interrupção de um projeto de vida, de formar uma família. Na maioria dos casos formar uma família são metas a serem atingidas num determinado momento da vida, mas nem por isso se deve deixar de pensar na possibilidade de não engravidar, o que resulta em frustração.

A frustração faz parte da vida, isso acontece quando não satisfazemos nosso desejo, seja ele de fora ou de dentro (interno e externo), e amadurecemos emocionalmente frente a este sentimento, porém as experiências vivenciadas pelo casal ou individuo que deseja e não alcança a gravidez pode trazer sérios danos á qualidade de vida, pois desperta sentimento de baixa auto-estima, desvalorização pessoal, depressão, muitas vezes se sentem menos viris, culpa, isolamento social e raiva.

É impossível não sofrer, não se entristecer e não ficar ansioso quando se quer ter filhos e se descobre a infertilidade. Frente a esta realidade a
psicologia junto à medicina tem a oferecer a possibilidade de reorganização afetiva de tais vivências, afim de que o paciente ou casal se adapte da melhor forma à realidade e que a vivencia do sofrimento seja amenizada. É importante que se converse com o psicólogo para identificar se existem problemas emocionais mais sérios que estão afetando o dia-a-dia

Alem do acompanhamento psicológico é importante que os pacientes busquem alternativas para abrandar a tristeza e evitar o desenvolvimento de um quadro mais grave como a depressão. É importante que durante o processo de reprodução assistida, continuem realizando atividades cotidianas (seguindo orientação medica), principalmente as que promovam prazer.